Esta é a Carta 10 de uma série de correspondências entre escritores que chamamos carinhosamente de Trocando Farpas: Samir Cooper A Impérios Sagrados escreveu a Carta 1 e Carta 7. Fabio Pires escreveu a carta 2 e a 8. O Inominável Ser escreveu a carta 3 e a 9. Eu, Samir Cooper escrevo a carta 4 e a 10. O Ruan Giollo Brugnerotto escreveu a carta 5 e escreverá a 11. Leonardo E Dutra escreveu a carta 6 e também escreverá a 12.
Qual a periodicidade dos posts das cartas? A cada 4 dias!
A pergunta que não quer calar é: Pode a literatura falar de política sem se sujar?
Os links serão adicionados à medida que as cartas forem publicadas:
Inicialmente a discussão da minha carta era Regulamentação de Jogos de Azar: Faturamento Estatal e Prejuízo para os mais pobres, entretanto ao ler a carta do Inominável Ser decidi interagir.
De antemão me desculpo aos leitores por postar a carta hoje
Noto os fios de cabelo no chão, na minha mesa de trabalho e penso na crítica que o
escreveu na carta 9. As mulheres representavam 51,5% do país em 2022 de acordo com o IBGE, com 6 milhões a mais comparadas aos homens, mas quantas mulheres tiveram o espaço invadido sob o pretexto de ser um elogio?
Devido a uma escalada de violência na região metropolitana de Goiânia, as autoridades pregaram propagandas de combate ao assédio nos pontos de ônibus, no entanto é uma medida com impacto reduzido. No site oficial do Estado de Goiás encontrei uma estatística preocupante de 2024 que é a prova do fracasso atual dessa gestão:
“A Policia Militar de Goiás (PMGO) realizou no primeiro semestre deste ano, 97.804 acompanhamento de medidas protetivas, isso significa um aumento de mais de 338%, em relação ao mesmo período no anterior, que registrou 28.707”.
A vendedora de jujuba
Há três meses atrás, por “acaso” uma vendedora de jujuba me parou na porta da Caixa Econômica, era uma idosa com medida protetiva contra o marido, morando num quarto de hotel. Fugiu da Bahia porque o esposo recusava a aceitar a separação. Ela não tinha amigos ou família por perto e embora estivesse vulnerável, não recebia o suporte adequado do governo Caiado. No anseio de adquirir a aposentadoria, ela abriu um processo no Distrito Federal, já que lá o tempo é menor ao de Goiás. A meta dela era morar de aluguel. Não sei se a abracei, porém aquela troca afetiva foi um registro expressivo. Se fosse um homem rústico, não teríamos essa sincronia, pois a figura do macho, traz consigo a conduta do predador insaciável; preda a autoestima, a dignidade, machuca mulheres tão importantes na nossa vida e se ausenta do crescimento dos filhos.
O Feminismo como Ator Político
Jacqueline Pitanguy (2008)
Largo minha carta com a proposta de convidá-los a leitura da secção 1 da palestra “Mulheres, Constituinte e Constituição” do livro “Redistribuição, Reconhecimento e Representação - diálogos sobre igualdade de gênero”.
A indicação dessa palestra veio quando li parte da entrevista da Jacqueline Pitanguy, cientista política e socióloga.
Pitanguy foi uma das mulheres que esteve presente nos debates do Ano Internacional da Mulher na Associação Brasileira de Imprensa, em 1975. Na entrevista ela fez uma contextualização histórica do movimento começando por sua participação lá em 1975.
Ui…
Faltam duas correspondências pro findar do “Trocando Farpas”, então aproveitem para interagir.
Se me ver na calçada, não fale que somos amigos. Dispenso fingimento.
Quando nós da IS conhecemos a sua escrita, sabíamos que havia algo de muito pessoal nela: a sua capacidade de transitar entre os textos com a maestria de quem conduz uma orquestra. E o diálogo com a carta 9 mostra isso. Iremos pensar justamente na questão do feminino em um próximo Trocando Farpas.
Essa prosa trocada com o que desenvolvi na Carta 9 do Trocando Farpas aumenta ainda mais a visão do panorama da Violência contra O Feminino na Sociedade Brasileira. Se incluirmos o que ocorre no resto do mundo, é mais desolador e terrível ainda. Um cenário muito sufocante e revoltante mesmo.
Sem sombra de dúvidas, é urgente que mais mulheres precisam estar na linha de frente quando falamos de gestão pública, porque assim facilita uma mudança em escala maior.
Realmente, até agora são bem poucas na linha de frente para muitas questões cabíveis a elas mesmas. Sempre me causa estranhamento um batalhão de homens decidindo algo sobre direitos delas, como a Questão do Aborto que em breve vai voltar a ser discutida no Congresso.
Quando nós da IS conhecemos a sua escrita, sabíamos que havia algo de muito pessoal nela: a sua capacidade de transitar entre os textos com a maestria de quem conduz uma orquestra. E o diálogo com a carta 9 mostra isso. Iremos pensar justamente na questão do feminino em um próximo Trocando Farpas.
Agradeço pelo retorno. Sobre a participação de escritoras é fundamental sim, elas ocuparem mais lugares. Até breve para vocês
Essa prosa trocada com o que desenvolvi na Carta 9 do Trocando Farpas aumenta ainda mais a visão do panorama da Violência contra O Feminino na Sociedade Brasileira. Se incluirmos o que ocorre no resto do mundo, é mais desolador e terrível ainda. Um cenário muito sufocante e revoltante mesmo.
Sem sombra de dúvidas, é urgente que mais mulheres precisam estar na linha de frente quando falamos de gestão pública, porque assim facilita uma mudança em escala maior.
Realmente, até agora são bem poucas na linha de frente para muitas questões cabíveis a elas mesmas. Sempre me causa estranhamento um batalhão de homens decidindo algo sobre direitos delas, como a Questão do Aborto que em breve vai voltar a ser discutida no Congresso.